16 de janeiro de 2020
[...] A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o Jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. [...]
Nesse breve trecho de um texto composto por Marina Colasanti é possível perceber o quanto automatizamos nossas vidas. Provavelmente você nunca parou para pensar sobre isso. Afinal estamos com o pensamento ocupado demais com as metas a serem cumpridas para o dia de amanhã e num futuro que parece sempre mais distante. Assim, não vive o agora, esquece o presente e por conseqüência acumula sensações de frustrações e crises de ansiedade que já não te permitem mais raciocinar tranquilamente. Todo novo dia parece ser a continuação do anterior. Você está cansado e relaxar não é uma opção diante da imensidão de desafios para serem vencidos. Vivemos em um mundo do instante, do imediatismo e é nesse formato que as pessoas hoje precisam quase que de uma forma forçada adaptar-se sem se quer estar preparadas para a intensidade disso tudo. E no fim nos perguntamos: “Qual é preço que estou pagando para viver assim?” Pense um pouco, você já parou para cuidar da sua Saúde Mental?
Afinal, como Marina mencionou no seu texto, vamos dormir pesados, sem ter aproveitado o dia como realmente gostaríamos. Ao negligenciarmos nosso sono, nosso humor altera e por conseqüência nos irritamos facilmente. Criamos situações desconfortáveis com aqueles que amamos e ampliamos o nosso sofrimento. Passamos a escolher a solidão ao invés da companhia de um bom amigo. Intoxicamo-nos do veneno que produzimos. Dessa forma, nosso brilho vai diminuindo, nossa disposição para realizar atividades também e por fim desenvolvemos o comportamento de se boicotar. Seja no trabalho, produzindo apenas o necessário para manter-se no emprego ou aceitando que qualquer migalha de afeto é suficiente e que ninguém é capaz de mudar essa realidade.
Cuidar da Saúde Mental tem sido um dos temas mais discutidos na atualidade, entretanto ainda estamos longe do ideal que de fato cuide das pessoas. Existem diversas barreiras a serem derrubadas para que todos possam ter qualidade de vida mínima. Quando se fala em Saúde Mental, muitas pessoas pensam que só é possível cuidar dela através de um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico com a ilusão de que as medicações irão remover como num passe de mágica todo e qualquer trauma, situação estressante, estímulos negativos e comportamentos que repetimos sem nunca elaborarmos a causa dessa repetição. Obviamente tanto a psicoterapia quando a as medicações são importantíssimas após uma avaliação profissional, porém essa é a única forma que as pessoas conhecem para cuidar da Saúde Mental. Justamente por nunca terem si dado conta que a Saúde Mental deveria estar presente em todos os lugares, nos parques, ruas, escolas, hospitais etc. Saúde Mental é quando nos preocupamos em promover o bem, sim, bem naquela forma que todos conhecemos, “fazer o bem sem olhar a quem”. Afinal, quando cuidamos de nós, iniciamos um efeito incrível em que contagiamos aqueles que nos rodeiam. Pratique autoconhecimento, permita-se ultrapassar os limites que os outros lhe impuseram. Vá à busca da sua essência e deixa a sua intuição te guiar. Por fim, encerro a escrita com as palavras de autor desconhecido: “Não preciso saber a tua idade nem onde mora ou com o que trabalha. Quero saber a sua relação com as estrelas. O quanto de cura tem no teu sorriso, e se há amor na tua fala.”
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